The rime of the ancient mariner: Coleridge e Iron Maiden

Hoje, 21 de março é o dia Mundial da Poesia, nada melhor do que ficar em casa e ouvir um poema.

Durante anos, a criação de um poema e sua execução musical ou oral eram tão interligadas, que uma dos efeitos causado pela leitura de muitos poemas, mesmo silenciosamente, é que podemos ouvi-lo. Sem querer, saímos lendo em voz alta e a nossa relação com aquele poema se altera. Isso é verdadeiro até para poemas modernos, sem aparente estrutura formal, escritos por poetas que, ao contrário de Safo, não carregam para cima e para baixo uma lira.

Mas a música não abriu mão deste romance: apesar de relacionarmos poemas com a cultura dos livros, basta ouvir algumas músicas, mesmo sem terem laços diretos com poetas como Vinicius de Moraes ou Leonard Cohen, para descobrir que a Poesia procurou refúgio onde foi possível e que a nossa cultural ainda gosta de poesia.

Tanto vale para criadores originais como Chico Buarque ou Bob Dylan, como adaptações de poemas clássicos. Neste sentido, a adaptação do poema de Coleridge, The rime of the ancient Mariner pela banda Iron Maiden é o que vamos destacar. Afinal, vai chamar muito mais atenção do que bater panelas na janela se você tocar um metal em plena altura às 20:30 de hoje.

O poema foi publicado no final do século XVIII, no Lirycal Ballads, que Coleridge e Wordsworth produziram em conjunto. É um poema influenciado pela literatura gótica, que apresenta uma figura que é uma variação do judeu errante, um marinheiro que narra, para convidados de um casamento, como se tornou o único sobrevivente da tripulação de um navio em sua última viagem. O conflito do homem com a natureza e a percepção do sobrenatural criam as situações que o marinheiro usa para fascinar sua audiência.

The rime of the ancient Mariner não foi bem recebido, até mesmo por Wordsworth, pois foi considerado obscuro e Coleridge modificou algumas passagens em publicações futuras. Mas o poema sobrevive, assim como seu personagem principal, fascinando leitores e ouvintes, com o acumulo de imagens estranhas e a evocação do sentimento de terror quando a natureza reage contra nossa presença. A versão do Iron Maiden excluí alguns versos, mas mesmo assim, é uma das músicas mais longas da banda, sem abusar de solos de guitarra.

Claro, como qualquer grande poema, ele também é e será outra coisa. Hoje, ele é um motivo para você celebrar a poesia em casa.

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